Senado: Ministro dos Transportes defende em audiência pública a desburocratização de obras emergenciais
Publicado em: 08/08/2017.
No ano passado, um buraco de 30 metros de largura se abriu em uma importante avenida de Fukuoka, no Japão, e foi consertado em 48 horas. O segredo dos japoneses em reconstruir lugares rapidamente é, segundo o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, a desburocratização dos processos para execução de obras. Essa é uma das metas de sua gestão à frente da pasta, conforme destacou nesta terça-feira (8) durante audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI).
No Brasil, hoje, seria impossível consertar um buraco em apenas dois dias. Após ler a notícia sobre o caso japonês, o ministro pesquisou os passos necessários para os prefeitos conseguirem recursos para uma contratação emergencial. Ficou espantando ao perceber que existem 23 itens a serem cumpridos antes que o governo federal libere recursos. Por isso, tem trabalhado na desburocratização e na modernização de normativos.
– É uma verdadeira epopeia até se conseguir fazer efetivamente uma obra emergencial. Tudo em infraestrutura no Brasil leva muito tempo, desde estudo, fase de projeto, de licitação. É fundamental e estamos trabalhando muito a desburocratização dos processos e a modernização dos normativos – disse.
PPI
A “nova modelagem”, o Programa de Parcerias de Investimento (PPI), conforme o ministro, substitui um modelo baseado em premissas frustradas, que contavam com um forte crescimento do PIB e abundante oferta de financiamento, que culminou com uma série de obras paralisadas. A ideia agora é garantir segurança jurídica, projetos com “elevado grau de maturidade” e sem tanta dependência de recursos públicos subsidiados.
– É claro que o banco público financia uma parte, mas muito menos do que aquele empréstimo subsidiado que gerou grande partes do problemas que temos hoje. Estamos trocando a ideologia pela aritmética – afirmou.
O senador Roberto Muniz (PP-BA) avaliou como positiva a integração das pastas de transportes, aeroportos e portos em apenas um ministério, que segundo o parlamentar, garante maior sinergia aos projetos. Wellington Fagundes (PR-MT) disse que a nova modelagem proposta pelo governo diminuirá a burocracia e poderá assegurar segurança aos contratos.
Portos
Segundo o ministro, devido à crise, muitos recursos foram contingenciados. Por isso, o governo tem apostado na reformulação da modelagem das concessões e no diálogo com o mercado, além da priorização de investimentos.
Esse é o espírito, por exemplo, do Decreto nº 9.048/2017, que regulamentou a exploração de portos organizados e de instalações portuárias. Segundo Quintella, a norma traz regras mais flexíveis. A Autorização para novos terminais, por exemplo, dev