Câmara: presidentes de quatro confederações esportivas explicam denúncias sobre fraudes em licitações
Publicado em: 04/07/2017.
Ministério Público e Polícia Federal investigam desvios de recursos relacionados a convênios com o Ministério do Esporte gerenciados pela empresa SB Marketing e Promoções
Denúncias de fraudes e queixas financeiras relacionadas a confederações de esportes pouco populares, abastecidas com recursos públicos, foram tema de debate nesta terça-feira (4) em audiência pública na Câmara dos Deputados.
Os novos presidentes das confederações brasileiras de Esgrima (CBE), Ricardo Machado; de Hóquei sobre Grama (CBHG), Bruno Oliveira; e de Triathlon (CBTri), Marco La Porta; e a vice-presidente da Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTarco), Sandra Helena de Souza Silva, explicaram aos deputados da Comissão do Esporte as medidas tomadas para evitar a repetição de fraudes em licitações, como as que estão em investigação no Ministério Público e na Polícia Federal.
O desvio de recursos públicos foi identificado, em 2016, em convênios de confederações com o Ministério do Esporte, gerenciados, após licitação, pela empresa SB Marketing e Promoções.
Na audiência, apenas as confederações de esgrima e de tiro com arco admitiram contratos com a SB devido à experiência da empresa no gerenciamento de compra de equipamentos esportivos e passagens para atletas.
O presidente da Confederação Brasileira de Esgrima, Ricardo Machado, há apenas três meses no cargo, informou que, mesmo antes da conclusão do inquérito policial, a entidade já devolveu ao Ministério do Esporte R$ 900 mil relativos ao convênio investigado.
"No nosso caso, devolvemos mais de 80% dos recursos que são objeto da denúncia de alegada fraude na licitação. Nós sabemos que está tramitando um inquérito na Polícia Federal sobre isso. Até agora, não fomos ouvidos, mas estamos muito tranquilos. Quanto ao trabalho operacional dessa empresa, nada temos que desabonar. Mas se efetivamente vier a ser provada alguma fraude na licitação, na qual fomos a entidade licitante, nós somos a vítima", disse Ricardo Machado.
O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) já chegou a defender a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as irregularidades. Ele suspeita, inclusive, do que chamou de "dirigismo" do Ministério do Esporte para beneficiar a SB Marketing e Promoções.
Jordy reclamou da ausência do presidente